terça-feira, 26 de abril de 2011

À lápis.




À lápis


Vou fazer-te a lápis
Neste papel vazio,
Alinhar o meu traço
A ferro frio.

Vou dar-te contorno
Acender-te no forno
Do meu coração.

Será palavra
Refeita,
Sem lei,
Sem receita,
Será minha oração.

E será de grafite
Tua alegoria,
No dedo que corre
A fazer poesia.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

En-canto

En-canto



(À Bona Akotirene)




Meu coração de lona,
Maltrapido e rasgado
Ao ouvir-te
Bate em riste
Vem à tona,
Alegra o que é triste,
Na voz de Bona.



Meu coração semi-árido,
Quando a secar
Ou morrer
Vira rio perene
Pela voz de Akotirene
No deserto
Do meu ser.