segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Concretude


Concretude.



São de vigas estas veias,
De concreto o pensamento,
Do sangue que escorre,
Faz-se a face de cimento.

É de asfalto esta pele,
De alicerce, o peito,
Arame, areia,
Argamassa de sujeito.

Jardins de sentidos,
A grande avenida,
São olhos, ouvidos,
Becos sem saída.

Túneis e vasos,
E pontes de ossos,
No berço das ruas,
Simples destroços.

São fios de carne,
Que desligam o coração,
Postes que se apagam
Ao cruzar a contramão.

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