segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Visão


Visão


Te vi
Dando saltos mortais,
Como não havia
Visto
Nunca jamais.
Te vi
Atravessar a corda bamba,
Pelo fio da navalha,
Te vi
Saltando abismos
Atravessando os ares
Como tiro na batalha
Te vi
Saltando arranha-céus
Disputando a travessia
Das andorinhas e pardais
Te vi
Domando nas selvas
Os mais ferozes animais.
Te vi
Enfrentando as trevas,
Como ninguém
Nunca o fez,
Atravessando oceanos,
Ferindo monstros
Com intrepidez.
Te vi
Na valentia
Dos impérios
Na fúria dos deuses,
Na alma da poesia
Na força dos adultérios
Te vi
Como quem vinha
Do além não desbravado
Com passos firmes,
A caminho do nada,
Te vi
Enfrentar a morte
Te vi
Cruzar a estrada.
Te vi
Era a luz do pensamento,
Estrela-mãe do firmamento,
Mistério não revelado
Era a pressa do tempo
Em tornar-se passado
Era o ciclone,
Era o buraco negro,
Que engoliu todo o mundo
Era toda a eternidade,
Num milésimo de segundo.

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