segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Reza Brava


Reza brava


Já implorei
Pra tudo que é santo,
Orei, orei,
Orei tanto,
Penhorei a minha fé
Rezei tudo que
É novena
Pra ver o quanto
Vale a pena
O amor desta mulher.

Já tomei
Mil formulas e remédios,
Pra curar desta moléstia
Que se colou em mim;
Tomei chá de cicuta,
Dormi em casa de puta
E morri no botequim
Um dia mato a peste,
Arrancando-lhe a veste,
Pra livrar-me do fim.

Já editei
Dez mil versos
Entoei meu pobre canto
Derramei todo o pranto
Que ela não queria,
Não adiantou penitência
Não valeu o remédio
O sacrifício,
Não vingou o santo,
Ainda riu da poesia
Dos meus ossos do ofício.

Já chorei tempestades,
Inundei de lágrimas
Minha alma errante,
Hoje sou retirante
Nos caminhos perdidos,
De quem não me quer,
Mas ainda sigo adiante
E penitente descalço,
Não largo do encalço
Desta mulher.

Um comentário:

Mateus Fornasier disse...

Cara, achei ótima a sua poesia "reza Brava". Até transformei-a em um blues. Vi através de uma comunidade de harmonicas o teu pedido de parcerias musicais. Sou músico, compositor... até tentei escrever algumas letras no passado, mas ultimamente só me vêm melodias à inspiração. Se quiser, responda-me pelo email mateus_fornasier@hotmail.com