domingo, 28 de março de 2010

Noite finda



Noite finda.


Agora tô de saída
Já desço a avenida
Onde deixei-me ficar
Maltrapida, seminua,
Na esquina da rua,
A esperar.

E se ainda me quer
Traga-me a bebida,
Uma dose quente,
Dinheiro no bolso,
Aí, crava-me o dente
Ao pescoço
Serei sua mulher.

Saciei tanta fome,
De tudo que é alma,
Com tudo que é nome,
Neste corpo usado,
Que geme e chora,
Nos amores pagos
Por hora.

Vem, então, devagar,
Vem, em despedida,
Nesta noite finda,
Que serei generosa,
Verá,
Mais uma nota de dez,
Estarei a teus pés,
Estarei a gozar.

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