Ovelha
Descontou
O imposto bancário,
Explorou-me o trabalho,
Até me esmorecer;
Cortou-me o salário,
Meu dinheiro trocado,
Impedindo-me de ser.
Deu-me nó na gravata,
Torceu meu pescoço,
Fez suar a camisa,
Esvaziou o meu prato
Virei pele e osso,
Fez-me morto, de fato.
Deu-me comida vencida
Deu-me água contaminada
A ferida na carne,
Deu-me mau-trato.
Diz ter que cobrar o preço,
Virar-me do avesso,
Matar-me, não sei,
Se não tenho saída,
Se perco a vida,
É a força da lei.
Vendi o que tinha,
Armário, roupa, sofá,
Sapatos, a televisão,
Vendi o telhado
Fiz a cama no chão,
Hoje beiro à morte,
Parcelo-me à prestação.
Dormi pelas praças,
Andei nas prisões,
Forasteiro nasci,
E já resto de mim,
Entreguei-me aos leões.
Devorou-me a alma,
Sedento de sacrifício,
São os ossos do ofício,
A política do Estado,
Tem sede de gente,
O onipotente
Deus-mercado.
Descontou
O imposto bancário,
Explorou-me o trabalho,
Até me esmorecer;
Cortou-me o salário,
Meu dinheiro trocado,
Impedindo-me de ser.
Deu-me nó na gravata,
Torceu meu pescoço,
Fez suar a camisa,
Esvaziou o meu prato
Virei pele e osso,
Fez-me morto, de fato.
Deu-me comida vencida
Deu-me água contaminada
A ferida na carne,
Deu-me mau-trato.
Diz ter que cobrar o preço,
Virar-me do avesso,
Matar-me, não sei,
Se não tenho saída,
Se perco a vida,
É a força da lei.
Vendi o que tinha,
Armário, roupa, sofá,
Sapatos, a televisão,
Vendi o telhado
Fiz a cama no chão,
Hoje beiro à morte,
Parcelo-me à prestação.
Dormi pelas praças,
Andei nas prisões,
Forasteiro nasci,
E já resto de mim,
Entreguei-me aos leões.
Devorou-me a alma,
Sedento de sacrifício,
São os ossos do ofício,
A política do Estado,
Tem sede de gente,
O onipotente
Deus-mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário