terça-feira, 11 de março de 2008

Eminência parda


Eminência parda


Sou eminência parda
Cuidado comigo
Te dou um castigo
Abaixo sua guarda
Acabo contigo
Se acaso contrariar
Não me moleste
Pois sou uma peste
Não te deixo respirar
Sou a fome do agreste
A seca do nordeste
Os jogos de azar
Faço qualquer negócio
Rogo-te um troço
Pra nunca mais levantar
Sei ser um tormento
Eu prendo e arrebento
E mando te matar
Cuidado comigo
Pois tenho influência
E não gosto de perder
Sei bater continência
Sou os meandros do poder
Se tem bronca antiga
Articulo e conspiro
Monto a rede de intriga
Que vai te prender
Ando pela sombra
Estrela de bastidor
Te persigo no escuro
Semeando o terror
Tenho costa larga,
Cabide de emprego
Se queres sossego
Não mexa comigo
Não seja indolente
Pois culpado ou inocente
Sempre te perseguirei
Demitirei seu parente
Sou amigo do rei
Não sento no trono
Não visto a farda
Se quiser, te detono
Seqüestro teu sono
Sou eminência parda.

Um comentário:

José Oliveira Cipriano disse...

Oi, Marcos Vinícius!
Parabéns por sua poesia de cunho social, de crítica social!!! Admiro muito quem sabe expressar seu pensamento em forma de crítica social, infelizmente eu não tenho esse dom. Meus aplausos!!!!!
Um grande abraço,

Oliveira