No confessionário
Já fui operário engajado,
Me dediquei à causa justa
Tu bem sabe quanto custa
A representação popular
Já fui ativista da paz
Já fiz greve de fome
Até troquei o meu nome
Quando ainda era rapaz
Fui vítima da ditadura
Sofri tudo quanto é tortura
Até não agüentar
Organizei a resistência
Era chefe da tendência
Que ia revolucionar
O espírito militante
me levou bem adiante
mas não cansei de lutar.
Fui combatente aguerrido
Ajudei a fundar o partido
E lutei contra o sistema
Fui cassado, perdi domicílio,
Acabei no exílio
E cumpri uns anos de pena.
Hoje o mundo ta mudado
E o fim da história chegou
Agora que virei deputado
Minha meta é o senado
É muito bom virar doutor
Não é nada pessoal
Tenho planos para o Estado
Sou poder, sou institucional,
Mas pra manter esse emprego
Tive que virar pelego
E me aliar ao capital
Aprendi a fazer falcatrua,
E manobra no plenário,
Criar imposto abusivo,
E arrocho no salário
Tenho canais e faço lobby
Só moro em área nobre
Mas continuo combativo
Assim conquistei um assento
Na comissão do orçamento.
Minha caneta vale dinheiro
E não perco a concorrência
Faço creche e faço caixa
Com o capital estrangeiro
Tenho que fazer desvio
Pra manter meu poderio
E meu projeto eleitoreiro.
Já fui operário engajado,
Me dediquei à causa justa
Tu bem sabe quanto custa
A representação popular
Já fui ativista da paz
Já fiz greve de fome
Até troquei o meu nome
Quando ainda era rapaz
Fui vítima da ditadura
Sofri tudo quanto é tortura
Até não agüentar
Organizei a resistência
Era chefe da tendência
Que ia revolucionar
O espírito militante
me levou bem adiante
mas não cansei de lutar.
Fui combatente aguerrido
Ajudei a fundar o partido
E lutei contra o sistema
Fui cassado, perdi domicílio,
Acabei no exílio
E cumpri uns anos de pena.
Hoje o mundo ta mudado
E o fim da história chegou
Agora que virei deputado
Minha meta é o senado
É muito bom virar doutor
Não é nada pessoal
Tenho planos para o Estado
Sou poder, sou institucional,
Mas pra manter esse emprego
Tive que virar pelego
E me aliar ao capital
Aprendi a fazer falcatrua,
E manobra no plenário,
Criar imposto abusivo,
E arrocho no salário
Tenho canais e faço lobby
Só moro em área nobre
Mas continuo combativo
Assim conquistei um assento
Na comissão do orçamento.
Minha caneta vale dinheiro
E não perco a concorrência
Faço creche e faço caixa
Com o capital estrangeiro
Tenho que fazer desvio
Pra manter meu poderio
E meu projeto eleitoreiro.
- No Confessonário
Já fui operário engajado,
Me dediquei à causa justa
Tu bem sabe quanto custa
A representação popular
Já fui ativista da paz
Já fiz greve de fome
Até troquei o meu nome
Quando ainda era rapaz
... Fui vítima da ditadura
Sofri tudo quanto é tortura
Até não agüentar
Organizei a resistência
Era chefe da tendência
Que ia revolucionar
O espírito militante
me levou bem adiante
mas não cansei de lutar.
Fui combatente aguerrido
Ajudei a fundar o partido
E lutei contra o sistema
Fui cassado, perdi domicílio,
Acabei no exílio
Cumpri uns anos de pena.
Hoje o mundo está mudado
E o fim da história chegou
Agora que virei deputado
Minha meta é o senado
É muito bom virar doutor
Não é nada pessoal
Tenho planos para o Estado
Sou poder, sou institucional,
Mas pra manter esse emprego
Tive que virar pelego
E me aliar ao capital.
Aprendi a fazer falcatrua,
Manobras no plenário,
Criar imposto abusivo,
E arrocho no salário
Tenho canais e faço lobby
Só moro em área nobre
Mas continuo combativo
Até conquistei um assento
Na comissão do orçamento
E caneta que faz dinheiro
Já não perco concorrência,
Faço creche e faço caixa
Com capital estrangeiro
Tenho que fazer desvio
Pra manter meu poderio
E meu projeto eleitoreiro.
Um comentário:
Oi, Marcos Vinícius!
Meus aplausos para sua visão crítica de nossa política, de nossos politiqueiros! Está muito bem estruturado seu poema! Belíssimo!!!
Um grande abraço,
Oliveira
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