terça-feira, 11 de março de 2008

Maldito cupim


Maldito cupim


Devorou sua carta de amor
Nossa foto no botequim
Fica a saudade e uma dor
Maldito seja ó cupim

Consumiu meu retrato
Minha colcha de cetim
Todo armário do quarto
Maldito seja ó cupim

Fez sumir meu documento
Um recorte do Pasquim
Mutilou meu sentimento
Maldito seja ó cupim

Levou minha identidade
Foto de fã de camarim
Minha certidão de nascimento
Maldito seja ó cupim.

Calou os meus discos
É uma dor tão ruim
Silenciou os acordes
Maldito seja ó cupim

Foi-se o som do violão
A mágica do bandolim
Minha antiga canção
Maldito seja ó cupim.

Adeus meu vinil
A Geni com seu Zepelim
Aos filhos de Serafim
Maldito seja ó cupim.

Sem papel, então, agora,
Sem alma, agora, enfim,
O que já restou de mim,
Maldito seja ó cupim.

Um comentário:

Ernane Oliveira disse...

Ola, Marco. tudo bem?

sou compositor e poeta aqui de Santa Luzia, e adorei esse muito desse poema. Gostaria de musicá-lo, se ainda estiver disponível.

Ernane, oliveira_producoes_musicais@hotmail.com, (31) 9232-9221

visite meu blog: portapoemas.blogspot.com