Lápide do lavrador
Aqui nesta terra seca
Neste pedaço de chão
Esvai-se a vida inteira
Na luta árdua pelo pão.
Aqui pela luta inglória
Por esta terra ingrata
Que mata a semente
Guardo meu corpo
Sepulto a memória.
Por sob agora
O pesado torrão
Adormeço neste leito
O peito
Que guarda trancado
O velho coração
Desfaleço ao lado dos meus
Entre fendas da terra adorada
Entre os veios
da terra conflagrada
Levo o peso da enxada
Os apelos das preces
Em oferenda da Deus.
Aqui entrego à velha terra
Meu maior e findo milagre
Repousarei no topo da serra
Sob a funda cova que se abre.
Aqui no abraço da grande mãe
Vai-se pela fome ou pela peste
A miséria ancestral e profunda
Que cega meus olhos de agreste
Muitos jovens, também os filhos,
Vários deles, dobram-se assim,
Pobres sedentários ou andarilhos,
Nessa grande seca sem fim.
Aqui nesta terra seca
Neste pedaço de chão
Esvai-se a vida inteira
Na luta árdua pelo pão.
Aqui pela luta inglória
Por esta terra ingrata
Que mata a semente
Guardo meu corpo
Sepulto a memória.
Por sob agora
O pesado torrão
Adormeço neste leito
O peito
Que guarda trancado
O velho coração
Desfaleço ao lado dos meus
Entre fendas da terra adorada
Entre os veios
da terra conflagrada
Levo o peso da enxada
Os apelos das preces
Em oferenda da Deus.
Aqui entrego à velha terra
Meu maior e findo milagre
Repousarei no topo da serra
Sob a funda cova que se abre.
Aqui no abraço da grande mãe
Vai-se pela fome ou pela peste
A miséria ancestral e profunda
Que cega meus olhos de agreste
Muitos jovens, também os filhos,
Vários deles, dobram-se assim,
Pobres sedentários ou andarilhos,
Nessa grande seca sem fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário