sábado, 15 de setembro de 2007

O tempo



O Tempo


Entre os dedos
a cada momento,
carregando os passos
a todo instante,
nas ondas do mar
ou no sopro do vento,
transcorre,
caudalosamente,
o tempo.

No andar que tem pressa
e corre,
no passo cansado
que caminha lento,
caminha aquele
que nunca morre,
o grandioso
e magnífico tempo.

Tempo que germina
e perece
onde a existência transcorre
tempo onde se reza
uma prece
tempo onde se embriaga
num porre.

Entidade suprema,
que derruba os impérios
e apaga os vulcões,
tempo que desvenda mistérios,
rasgando as bandeiras,
atiçando a chama
das revoluções.

Força mãe,
força motriz,
força que empurra os ponteiros,
que faz dizer
o que não se diz,
transformando a mentira,
em fatos verdadeiros.

Tempo que cria
e corrói quimeras,
tempo alienado do homem,
que tem preço,
tempo que transcorre em eras,
tempo que vira
o mundo do avesso.

Gigante brutal
e invisível,
viaja pela eternidade,
sem endereço,
recriando eternamente,
a história incrível
que não tem fim
ou começo.

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