Súplica
Oh Deusa dos negros,
onde fitas esse olhar de amargura?
Revela, enfim, teus segredos
dos veios da vida, da semeadura.
Oh Deusa eterna,
esculpida no ébano,
revela o mistério
do sangue derramado;
deixa-nos ler essa íris,
do teu olhar encantado.
Deusa dos negros,
da outrora terra desgarrada,
por que morrem teus filhos,
com as mãos na enxada?
Da velha pátria amada,
apenas o sonho restou,
o beijo da sereia encantada,
a poesia que naufragou.
Adeus África mãe,
as correntes de ferro
desatam meu amor por ti;
ainda volto um dia,
nas asas da cotovia,
no canto do bem-te-vi.
Oh Deusa dos pretos,
por que desvendaste as moradas?
por que condenaste teus filhos
ao inferno de mãos amarradas?
Teu ventre rasgado
ao som das baionetas e dos canhões
profanam o solo sagrado,
onde repousam infinitas gerações.
Oh Deusa mãe
por que abandonaste tua criatura
à própria sorte,
por que lançaste teus homens
à travessia da morte?
Por que Ó Rainha das estações
condenou teus mais bravos guerreiros
aos porões do tumbeiros
das sombrias embarcações?
O mar salgado
o mar tão sedento,
engole tantos homens
ao simples sopro do vento.
O mar navegado,
carrega, assim, noite e dia,
o batismo e o pecado
e o homem-mercadoria.
Oh Deusa do ébano
que criaste a noite,
por que permitiu a senzala
e a violência do açoite?
Por que sepultou nossos homens
nos valas abertas dos canaviais?
Por que condenou à miséria teus filhos
nos caminhos do ouro das minas gerais?
Oh Deusa dos negros,
onde fitas esse olhar de amargura?
Revela, enfim, teus segredos
dos veios da vida, da semeadura.
Oh Deusa eterna,
esculpida no ébano,
revela o mistério
do sangue derramado;
deixa-nos ler essa íris,
do teu olhar encantado.
Deusa dos negros,
da outrora terra desgarrada,
por que morrem teus filhos,
com as mãos na enxada?
Da velha pátria amada,
apenas o sonho restou,
o beijo da sereia encantada,
a poesia que naufragou.
Adeus África mãe,
as correntes de ferro
desatam meu amor por ti;
ainda volto um dia,
nas asas da cotovia,
no canto do bem-te-vi.
Oh Deusa dos pretos,
por que desvendaste as moradas?
por que condenaste teus filhos
ao inferno de mãos amarradas?
Teu ventre rasgado
ao som das baionetas e dos canhões
profanam o solo sagrado,
onde repousam infinitas gerações.
Oh Deusa mãe
por que abandonaste tua criatura
à própria sorte,
por que lançaste teus homens
à travessia da morte?
Por que Ó Rainha das estações
condenou teus mais bravos guerreiros
aos porões do tumbeiros
das sombrias embarcações?
O mar salgado
o mar tão sedento,
engole tantos homens
ao simples sopro do vento.
O mar navegado,
carrega, assim, noite e dia,
o batismo e o pecado
e o homem-mercadoria.
Oh Deusa do ébano
que criaste a noite,
por que permitiu a senzala
e a violência do açoite?
Por que sepultou nossos homens
nos valas abertas dos canaviais?
Por que condenou à miséria teus filhos
nos caminhos do ouro das minas gerais?
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