sábado, 15 de setembro de 2007

Mulheres-damas



Mulheres-damas


Sob a luz dos automóveis,
reluzem os batons das mariposas,
despertando a libido, muitos querem com elas,
por não terem em suas esposas.

Sob a luz dos néons da cidade,
brilham as noites da grande atriz;
Sob os corpos de qualquer idade,
tremula o corpo ofegante da meretriz.

Após o trago seco em mais uma cerveja,
depois de outra lida num dia de luta,
penetram em suas entranhas,
e descansam em seu leito de prostituta.

Nos anúncios estampados em qualquer jornal,
despertam a fantasia louca reprimida,
que cede ao impulso do desejo animal
e se atiram nos braços da mulher da vida.

Sob as sedas dos palácios de ouro,
debaixo dos retalhos de um tecido cafona,
cotadas, ostentadas, como um grande tesouro,
nos antigos mosteiros ou nos quartos de zona.

Desfilam entre a noite e seus bordéis,
a nova rameira, a messalina, a marafona,
atraem milhares deles, generais e coronéis,
traficando os prazeres e a inversão dos papéis.

Entre os companheiros clientes e o coito mercenário,
arranca da carne a vida e o salário,
antes que desperte uma nova manhã,
que inicia o sono da jovem cortesã.

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