domingo, 30 de setembro de 2007

Papel em branco


Papel em branco



Folha branca
de papel,
branca eternamente
ficará;
sobre ti
nem um poeta
repousará;
sempre virgem
será.

Folha casta
de papel,
folha pura,
sobre ti,
nenhum vestígio
de ternura;
intocado será
teu véu.

Folha pálida,
sem tinta
ou grafite,
mensagem inválida,
sem lágrima
derramada,
ou qualquer palpite.

Folha vazia,
sem traço ou desenho,
retangular,
sem poesia;
folha esquecida
no armário,
na prateleira
de cima,
sob o peso
de um dicionário.

2 comentários:

José Oliveira Cipriano disse...

Oi, Marcos Vinícius!
Cara, gostei muitíssimo de seu poema "Papel em branco". O que toca-me profundamente é sua simplicidade.
Parabéns!!!!!
Um abraço,

Oliveira

Priscila Lopes disse...

Este ficou muito bom. Muito bom. Tem ritmo e força.

Abraços!

Cinco Espinhos.