sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O samba


O samba


O samba
que requebra a mulata,
que faz escorrer do corpo - o sal,
vem dos chocalhos da mata,
dos índios e dos maracás,
das violas, das cordas de Portugal,
dos batuques, dos terreiros
vem dos cantos de Iemanjá.

Os sons da terra,
que atravessam os oceanos,
batuques de festa,
batuques de guerra,
unem os povos
e os meridianos.

Samba
que envolve a alma da moça,
batuque de sonho,
batuque de vida,
batido que quebra a louça,
sacode o povo na avenida.

Samba que sobe o morro,
na voz da gente que quer cantar,
na voz de quem pede socorro,
tocando pandeiro, marimba e ganzá.

Herança de quilombola,
que tocava o roncador,
o branco empresta a viola,
o preto toca o tambor.

Samba que sobe o morro,
que canta a alegria
e afugenta a dor,
rasga a noite
varando o dia,
despertando a libido
e trazendo o amor.

Samba da gema,
samba original,
traz o canto de Tupã
do fundo do matagal,
entoa a força de Iansã
e a história ritmada
nos barracos de Adoniran.

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